quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Matéria sobre plágio e fraude nas humanidades

Na Edição 289 da Revista Ciência Hoje, o Prof. Ivan Domingues (UFMG) discute algumas características e implicações destas duas práticas desonestas no trabalho de produção científica. Embora traga exemplos da área das ciências naturais, o foco do autor concentra-se na reflexão relacionada às humanidades. Importante destacar a análise sistêmica que o autor faz sobre os temas, observando que são problemáticas influenciadas por aspectos como pressão por resultados e interesses financeiros com a produtividade científica. Contudo, não concordo com o autor na dificuldade em reconhecer o autoplágio como prática desonesta: ainda que ninguém possa "roubar de si mesmo", o reaproveitamento dos próprios estudos em situações acadêmicas diferentes sem que isto seja de conhecimento público, é no mínimo um oportunismo com segundas intenções na qual o conhecimento fica em segundo plano. Além disso, tenho opinião contrária ao autor para quem a "precipitação, a repetição e o requentamento[...] não cabem diretamente nessas categorias [plágio e fraude]". O autor equivoca-se porque pressupõe que o plágio e a fraude são ações mobilizadas apenas pela intencionalidade do sujeito, o que nessas ações ele considera ser algo inexistente porque se trata de situações envolvidas por um engano coletivo. Entretanto, compartilho com a opinião da comunidade internacional para quem mesmo no caso acidental, a ocorrência de plágio é responsabilidade do autor. Como no âmbito jurídico, a ausência de intenção não absolve da ocorrência do dano causado.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012